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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Filme plástico comestível desenvolvido pela Embrapa

Por Inovação Tecnológica

Com informações da Embrapa - 13/01/2015

Embrapa desenvolve filme plástico comestível
O filme (direita) pode ser feito de de alimentos como espinafre, mamão, goiaba e tomate. [Imagem: Flavio Ubiali/Embrapa]
Comendo a embalagem
Imagine colocar uma pizza no forno sem precisar retirar a embalagem plástica: a película que a envolve é composta por tomate e, ao ser aquecida, vai se incorporar à pizza e fazer parte da refeição.
Esse material já existe e foi desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação no âmbito da Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano).
A nova técnica permite fabricar películas comestíveis de alimentos como espinafre, mamão, goiaba, tomate e pode utilizar muitos outros como matéria-prima.
"Podemos utilizar rejeitos da indústria alimentícia para fabricar o material. Isso garante duas características de sustentabilidade: o aproveitamento de rejeitos de alimentos e a substituição de uma embalagem sintética que seria descartada," afirmou o pesquisador Luiz Henrique Mattoso.
O filme comestível tem características físicas semelhantes às dos plásticos convencionais, como resistência e textura, e tem igual capacidade de proteger os alimentos. Porém, o fato de poder ser ingerido abre um imenso campo a ser explorado pela indústria de embalagens, como aves envoltas em sacos que contêm o tempero em sua composição, sachês de sopas que podem se dissolver com seu conteúdo em água fervente e muitas outras possibilidades.
Liofilização
O plástico comestível é feito basicamente de alimento desidratado misturado a um nanomaterial que tem a função de dar liga ao conjunto. "O maior desafio dessa pesquisa foi encontrar a formulação ideal, a receita de ingredientes e proporções para que o material tivesse as características de que precisávamos," conta o engenheiro de materiais José Manoel Marconcini, que participou do trabalho.
Ele explica que os alimentos usados como matéria-prima passam pelo processo de liofilização. Trata-se um tipo de desidratação na qual, após o congelamento do alimento, toda a água contida nele passa diretamente do estado sólido ao gasoso, sem passar pela fase líquida. O resultado é um alimento completamente desidratado com a vantagem de manter suas propriedades nutritivas.
A técnica pode ser aplicada aos mais diferentes alimentos, como frutas, verduras, legumes e até alguns tipos de temperos, o que explica a grande diversidade de matérias-primas para os filmes comestíveis, que poderão ter o sabor e a cor de acordo com o produto que irão proteger.
A Embrapa pretende fazer parcerias com empresas privadas para que os filmes comestíveis possam chegar ao mercado.
Bibliografia:

Antimicrobial and physical-mechanical properties of pectin/papaya puree/cinnamaldehyde nanoemulsion edible composite films
Caio G. Otoni, Márcia R. de Moura, Fauze A. Aouada, Geany P. Camilloto, Renato S. Cruz, Marcos V. Lorevice, Nilda de F.F. Soares, Luiz Henrique Capparelli Mattoso
Food Hydrocolloids
Vol.: 41, December 2014, Pages 188-194
DOI: 10.1016/j.foodhyd.2014.04.013

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