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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Como construir: sistema de coleta de águas pluviais

Por téchne

Tecnologia de retenção e armazenamento da água da chuva deve estar presente desde a fase inicial do projeto do edifício. No Brasil, a remediação é mais comum do que a inclusão desse item desde a fase da concepção

Dirceu Neto
Edição 245 - Agosto/2017

Park One Ibirapuera, o segundo residencial do Brasil a obter um selo AQUA-HQE. Na página ao lado, detalhamento do sistema de reutização de águas pluviais e águas cinzas concebido para o edifício
Com histórico relativamente recente no Brasil, os sistemas de coleta de águas pluviais são uma alternativa racional para os empreendimentos residenciais e comerciais aproveitarem a água, antes descartada, e diminuir os gastos com o abastecimento. Para isso, é importante que o projeto de aproveitamento seja considerado já na fase inicial e que a construtora também siga todos os procedimentos de acordo com a normatização existente.
A norma que rege a captação de águas pluviais é a NBR 15.527:2007 Água de Chuva - Aproveitamento de Coberturas em Áreas Urbanas para Fins Não Potáveis, como irrigação de jardins, uso em descargas sanitárias e lavagem de pisos. O documento estabelece as referências técnicas para os equipamentos, como reservatórios, calhas, instalações prediais, bombeamento, além da manutenção e qualidade final da água.
Como foi criada há dez anos, tem algumas defasagens. Uma delas seria atender às análises de coliformes totais e termotolerantes, conforme cita o engenheiro Plínio Tomaz, coordenador da formulação do texto. "Nós solicitamos para a ABNT a revisão da norma, o que deve ser feito ainda neste ano", explica o engenheiro, que ressalta também a importância de o projeto ser realizado por profissionais especialistas da área, como engenheiros, arquitetos ou tecnólogos.
Contar com bons profissionais no projeto ajuda a evitar problemas comuns, como o dimensionamento incorreto dos reservatórios ou o esquecimento do descarte da primeira vazão de água da chuva, o chamado first flush. "Quando chove, a primeira vazão de água tem que ser eliminada, porque há folhas, fezes de animais, toda a sujeira que estava no telhado. Devem ser descartados 2 l/m², segundo a ABNT", ressalta Plínio Tomaz.
Outro detalhe fundamental a ser considerado é a separação das prumadas com identificação, uma vez que a água de aproveitamento deve circular em tubulações independentes da água potável. "Isso parece óbvio, mas tecnicamente é importantíssimo reforçar, para que não haja tubulação cruzada", explica Sibylle Muller, diretora da AcquaBrasilis, empresa especializada em soluções hídricas.

Case 1: Park One Ibirapuera
O sistema de captação de água de chuva foi um dos recursos para o empreendimento Park One Ibirapuera, entregue em março de 2014, se tornar o segundo residencial do Brasil a obter um selo AQUA-HQE - certificação internacional concedida pela Fundação Vanzolini. O edifício atende aos 14 critérios do processo, que envolve desde a relação do empreendimento com o seu entorno até a gestão eficiente da água.
No imóvel em questão, toda a coleta de águas pluviais é realizada nas sacadas e nas lajes de coberturas, conforme explica Leonardo Sangiorgi, engenheiro civil responsável pela assistência técnica de São Paulo e Alphaville da Odebrecht Realizações Imobiliárias. Ao todo, a área de captação de água da chuva tem 260 m².
FICHA TÉCNICA
Park One Ibirapuera
Torre única - unidades com 4 dormitórios (sendo 3 suítes)
Localização Paraíso (São Paulo-SP)
Metragem 171 m² a 296 m²
Unidades construídas 50
Área do terreno 4.305,46 m²
Início da obra março de 2012
Entrega da obra março de 2014
Construção Odebrecht Realizações Imobiliárias
 SISTEMA DE TRATAMENTO E SEU PROCESSO
Há um processo de desinfecção realizado em uma tina de hipoclorito de sódio, que garante que a água possa ser utilizada para limpeza em áreas comuns. No caso do edifício Park One Ibirapuera, o sistema foi dimensionado para atender a até três regas completas de uma área de 1,7 mil m² de jardins. Como trata-se de água não potável e, por isso, imprópria para o consumo, todas as torneiras estão localizadas no térreo e identificadas com a cor roxa e uma placa de sinalização. "Somente quem tem acesso é o gestor do condomínio, que deve destravar o cadeado da torneira antes de utilizá-la. Ou seja, a água não é acessível aos condôminos", afirma o engenheiro Leonardo Sangiorgi.
 RESERVATÓRIO DE ÁGUA
Essa água é conduzida até a um reservatório de 7 mil litros, estrategicamente localizado no segundo subsolo do edifício. "Instalamos todo o sistema embaixo da rampa da garagem, uma área considerada morta, com cerca de 28 m²", explica Sangiorgi. O reservatório tem 2,50 m de diâmetro e nível de água máximo de 1,43 m, controlado por um sensor de nível tipo boia.
No detalhe, torneira de água não potável para rega de jardim
 MANUTENÇÃO
Para garantir a qualidade da água que é fornecida, há a necessidade de exames periódicos que medem a presença de coliformes, o nível de turbidez, a demanda biológica de oxigênio (DBO), entre outros aspectos. No empreendimento, a manutenção tem sido realizada mensalmente pela própria empresa fornecedora. "É igual elevador. Como é um sistema específico, a manutenção tem que estar atrelada ao fabricante", afirma Leonardo Sangiorgi. Ao todo, o custo de implantação tanto do sistema de coleta de águas pluviais quanto o da captação de águas cinzas foi de R$ 40 mil (cerca de 0,11% do custo da obra). Segundo a construtora, há expectativa de que o retorno do investimento ocorra em cerca de três anos e meio.
Divulgação/Odebrecht
Case 2: Scenarium Braz Leme
Há cerca de oito anos construindo empreendimentos com o sistema de aproveitamento de águas pluviais, a Tarjab entregou em junho deste ano o Scenarium Braz Leme, na Zona Norte de São Paulo, que tem um diferencial: o empreendimento aproveita a água da chuva para a irrigação dos jardins de maneira automatizada. Foi o primeiro empreendimento da construtora que utilizou esse tipo de sistema.
"Colocamos um temporizador no qual o síndico ou o zelador definem, de acordo com a questão da temperatura ou da quantidade de chuvas, os horários em que o sistema de irrigação vai funcionar", explica Sérgio Domingues, diretor técnico da Tarjab. Dessa maneira, não há necessidade de um funcionário fazer a rega dos jardins, o que otimiza a utilização da água.
FICHA TÉCNICA
Scenarium Braz Leme
Apartamentos de 2 e 3 dormitórios (sendo 1 suíte)
Localização Casa Verde (São Paulo-SP)
Metragem 65m² a 88m²
Unidades construídas 168
Área do terreno 3.097,68m²
Início da obra abril de 2015
Entrega da obra junho de 2017
Construção e Incorporação Tarjab
 SISTEMA TRADICIONAL DE COLETA E SEUS PROCESSOS
O sistema de coleta é o tradicional, constituído de condutores no último pavimento, que carregam a água da chuva para um reservatório no terceiro subsolo. "Em seguida, essa água passa por um sistema de filtração (filtro automático de vazão de 2 m³/h da AcquaBrasilis) e cloração (tina da Plastplex com hipoclorito de sódio líquido em concentração de 12%). Depois um sistema de pressurização vai encaminhar para alguns pontos de torneira que ficam estrategicamente localizados no subsolo e pavimento térreo", afirma Sérgio Domingues.
Área de descarte no condomínio Scenarium Braz Leme, na capital paulista
 RESERVATÓRIO DE ÁGUA
O volume do reservatório de águas pluviais é de 16 m³ e tem dimensão de 2,95 m de comprimento por 3,20 m de largura. A altura do tanque é de 1,65 m, e o nível da água pode chegar a 1,30 m. Caso o nível de água chegue ao valor mínimo, um sensor de reposição tipo boia faz a identificação e solicita o preenchimento do reservatório com água potável. Conforme destaca Sérgio Domingues, o custo desse sistema em relação ao custo total da obra gira em torno de 0,3%. "Lembrando que esse é um custo baseado em nosso processo construtivo e no padrão de obra já mencionados e pode variar, dependendo da tipologia do empreendimento e de suas respectivas características", explica o diretor técnico da Tarjab, que destaca que para a empresa a sustentabilidade é um caminho sem volta.
 SISTEMA TRADICIONAL DE COLETA E SEUS PROCESSOS
O sistema de coleta é o tradicional, constituído de condutores no último pavimento, que carregam a água da chuva para um reservatório no terceiro subsolo. "Em seguida, essa água passa por um sistema de filtração (filtro automático de vazão de 2 m³/h da AcquaBrasilis) e cloração (tina da Plastplex com hipoclorito de sódio líquido em concentração de 12%). Depois um sistema de pressurização vai encaminhar para alguns pontos de torneira que ficam estrategicamente localizados no subsolo e pavimento térreo", afirma Sérgio Domingues.
Área de descarte no condomínio Scenarium Braz Leme, na capital paulista
 RESERVATÓRIO DE ÁGUA
O volume do reservatório de águas pluviais é de 16 m³ e tem dimensão de 2,95 m de comprimento por 3,20 m de largura. A altura do tanque é de 1,65 m, e o nível da água pode chegar a 1,30 m. Caso o nível de água chegue ao valor mínimo, um sensor de reposição tipo boia faz a identificação e solicita o preenchimento do reservatório com água potável. Conforme destaca Sérgio Domingues, o custo desse sistema em relação ao custo total da obra gira em torno de 0,3%. "Lembrando que esse é um custo baseado em nosso processo construtivo e no padrão de obra já mencionados e pode variar, dependendo da tipologia do empreendimento e de suas respectivas características", explica o diretor técnico da Tarjab, que destaca que para a empresa a sustentabilidade é um caminho sem volta.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Pesquisa da USP descobre como é reação química que transforma açúcar em energia

Mecanismo era mistério há mais de 50 anos. Estudo inédito realizado em São Carlos foi capa de uma das revistas mais respeitadas do mundo na área química.
Por Jornal Nacional
29/08/2017 21h25  Atualizado há 17 horas
Cientistas pesquisam geração de energia a partir do açúcar

Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, descobriram como é a reação química que transforma o açúcar em energia elétrica. O mecanismo de reação era um mistério para a comunidade científica há mais de 50 anos. A pesquisa inédita é capa deste mês da Royal Society of Chemistry, uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo na área química.
A pesquisa
Foram cinco anos de estudo até o resultado inédito. Primeiro, os cientistas colocaram fermento biológico, o mesmo usado para fazer pão, no açúcar refinado. Com a fermentação, o açúcar vira álcool.
A doutoranda de química da USP de São Carlos Graziela Sedenho (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)
A doutoranda de química da USP de São Carlos Graziela Sedenho (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)

Os pesquisadores acrescentaram um eletrodo com uma proteína chamada ADH ou álcool desidrogenase, que é uma enzima encontrada no corpo humano e em alimentos como o tomate.
“A proteína é capaz de extrair os elétrons - que são partículas carregadas - do etanol, gerando então eletricidade. E esse processo é bem rápido. Em cerca de 10 minutos nós já temos corrente elétrica”, disse a doutoranda de química Graziela Sedenho.

Desvendando o mistério

O equipamento mede a intensidade da corrente elétrica. A experiência brasileira desvenda um mistério. Há mais de 50 anos, pesquisadores do mundo inteiro tentavam descobrir de que forma a proteína agia quando entrava em contato com o álcool. Pela primeira vez, os cientistas conseguiram comprovar como é essa reação química, que transforma o açúcar em energia elétrica.
O professor Frank Crespilho da USP de São Carlos (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)
O professor Frank Crespilho da USP de São Carlos (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)
A ação da enzima para produzir energia não é a única descoberta. “A outra novidade foi que no mesmo sistema nós conseguimos realizar duas reações ao mesmo tempo, ou seja, tanto o fungo quanto a proteína atuavam ao mesmo tempo pra gerar o etanol e gerar a eletricidade, o que nunca tinha sido comprovado anteriormente”, disse o professor do Instituto de Química Frank Crespilho.
Meio ambiente
A experiência pode trazer vantagens para o meio ambiente.
"A utilização de microorganismos para decomposição da matéria orgânica em lagos e rios, descontaminando o meio ambiente e mesmo assim, gerando eletricidade e também gerando bioenergia, ou seja, extraindo eletricidade de qualquer fonte de açúcar presente em frutas, legumes e outros tipos de plantas”, afirmou Crespilho.

Pesquisa da USP descobre como é reação química que transforma açúcar em energia (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)
Pesquisa da USP descobre como é reação química que transforma açúcar em energia (Foto: Wilson Aiello/ EPTV)

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Metodologia de gestão de projetos: ferramenta de planejamento e inovação

Postado em Indústria Hoje, por: Lilian Treff em 19/ago/2017

Quando se trata em implementar uma metodologia de gestão de projetos, o grande desafio é saber como escolher e utilizar os melhores modelos de gerenciamento de projetos.

gerenciamento de projetos
gerenciamento de projetos

RESUMO
Quando se trata em implementar uma metodologia de gestão de projetos, o grande desafio é saber como escolher e utilizar os melhores modelos de gerenciamento de projetos, de acordo com a demanda interna da Organização, respeitando a maturidade com relação a gestão de projetos. Além de, descrever as estratégias para o processo de implementação, deve-se planejar quais soluções deverão ser adotadas, atribuições e atividades desenvolvidas, desafios a se enfrentar com a implementação, resultados e benefícios, tendo como foco a funcionalidade da metodologia estruturada no gerenciamento de projetos, assegurando a taxa de sucesso dos Projetos.



INTRODUÇÃO
A Metodologia por definição significa a investigação dos métodos ou receita para as etapas a serem seguidas em um determinado processo, e são fundamentais para o desenvolvimento dos projetos, desde que bem aplicados, de acordo com as exigências internas da organização e da complexidade do projeto em questão. Segundo KERZNER (2001), o alcance da excelência em gerenciamento de projetos não é possível sem um processo repetitivo que possa ser utilizado em cada projeto. Esse processo repetitivo é a metodologia de gerenciamento de projetos. Para CHARVAT (2003), “uma metodologia” é um conjunto de orientações e princípios que podem ser adaptados e aplicados em uma situação específica. Em ambiente de projetos, essa orientação é uma lista de tarefas e atividades a fazer. Uma metodologia pode também ter uma abordagem específica, modelos, formulários e também checklists usados durante o ciclo de vida do projeto. Destarte, uma metodologia de gerenciamento de projetos é um conjunto de processos, métodos e ferramentas para o alcance dos objetivos do projeto, ela deve prover um roteiro (roadmap) para o gerenciamento do projeto. Antes de dizer ou escrever que usa a “Metodologia X ou Y”, é primordial que se faça uma adaptação criteriosa de forma que, em uma análise de custo-benefício, compense o esforço de gerenciamento em relação aos correspondentes resultados esperados. Portanto, uma metodologia é uma adaptação à realidade dos projetos da Organização, das práticas existentes no mercado, tanto das propostas pela literatura como daquelas vivenciadas pelos profissionais de gerenciamento. A lista das organizações que tentam integrar disciplinas de gerenciamento de projetos e melhores práticas na gestão de seus negócios está expandindo diariamente. Isto fez com que a metodologia de gerenciamento de projetos cada vez mais ganhasse espaço no ambiente corporativo, tendo como funcionalidade técnicas padronizadas de planejamento, programação e controle. A aplicação de uma metodologia na gestão de projetos estabelece acompanhamento contínuo dos projetos e, também possibilita a rápida identificação e correção de desvios, assim como a transformação das ações bem-sucedidas em procedimentos padrão. Segundo Jefferson Duarte, executivo Internacional em Gerenciamento de Projetos, seguem os modelos mais utilizados atualmente, apontando as características de cada um: 1.Apesar de não ser considerado um método de gestão de projetos propriamente dito, mas sim um processo de padronização que nomeia e identifica etapas, regras e áreas do conhecimento, o PMBOK é a mais importante bibliografia de gestão de projetos do mundo; 2.Classificado como um método de gestão de projetos ágil, o Scrum foi inicialmente desenvolvido para o setor de software, mas pode ser facilmente aplicado a qualquer tipo de projeto; 3.O PRojects IN Controlled Environments (PRINCE 2) é um método britânico de gerenciamento de projetos adotado em mais de 150 países. A base de dados do PRINCE 2 é um framework que mantém o foco no produto e nas entregas durante a realização do projeto; 4.Formada por diversas associações nacionais e internacionais de gestão de projetos, a International Project Management Association (IPMA) é uma organização sem fins lucrativos que tem como base a premissa de que as competências (combinação entre comportamento, habilidades, experiência e conhecimento) são os pilares de toda a gestão de projetos, a IPMA criou o chamado olho das competências, dividido em competências técnicas, contextuais, comportamentais e suas subdivisões; 5.O Project Model Canvas é uma ferramenta de aparência bastante simples, mas que tem muito poder quando o assunto é gerenciar projetos de maneira precisa. Fundamentado em conceitos de neurociência, o método Canvas diz que, ao tornar as ideias palpáveis e visíveis com a criação do quadro de post-its, o processo torna-se mais facilmente compreensível. Para isso, os colaboradores devem fazer 6 perguntas fundamentais: por que, o que, quem, como, quando e quanto?; 6.Modelo EasyLife, criado por André Ricardi, um dos profissionais mais conhecidos e respeitados no mundo do Gerenciamento de Projetos, esta é uma poderosa ferramenta colaborativa para a organização de projetos pessoais ou profissionais. O EasyLife permite envolver pessoas sem conhecimento prévio em técnicas e conceitos profissionais sobre gerenciamento de projetos, utilizando-se de uma única tela para consolidação de todas as principais informações do projeto. Ou seja, de forma colaborativa, todos os profissionais se engajem na solução e na entrega do projeto. As fases de implantação (Quadro 1 criado pela autora) serão previamente definidas com base: na maturidade na gestão de projetos, práticas de gestão, processos operacionais, contingente profissional, as diretrizes do planejamento estratégico, os recursos físicos e humanos disponíveis, a natureza dos projetos, dentre outros que devem ser observados antes de uma tentativa real de implementação.

projeto
Quadro 1 – Fases da Metodologia de Implementação
O modelo proposto da Metodologia para Gerenciamento de Projetos será desenvolvido a partir dos resultados obtidos do diagnóstico de maturidade em gerenciamento de projetos e adequado à realidade da Organização. Além de apoiar de forma significativa e contundente a transformação das estratégias da organização em projetos e planos de ação por meio de um adequado e eficiente gerenciamento de projetos. É importante ratificar que a existência de uma Metodologia de Gerenciamento de Projeto, estará a serviço de toda Organização, conectada com as áreas de negócios e compartilhando informações.

CONSIDERAÇÕES GERAIS
As ferramentas, técnicas, metodologias, frameworks e melhores práticas supracitadas servem de referência para criar uma metodologia de gerenciamento de projeto, sendo que, cada uma apresenta vantagens específicas que devem ser alinhadas com a cultura da Organização.
Ademais, que se invista na mudança de cultura, criando um ambiente de colaboração favorável com ganhos claros para todos, e não apenas para a alta administração, e que os padrões de trabalho sejam utilizados de forma democrática e sem muitas imposições, alinhados à estratégia da organização e aos objetivos organizacionais. A guisa de conclusão, notifica-se que a implementação da metodologia de GP privilegia uma governança por resultados, permite a transparência das informações gerenciadas internamente, padroniza os processos de seleção e gestão de projetos, gerando insumos para a conquista da excelência em gerenciamento de projetos.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Anfiteatro com cobertura metálica de Paul Laurendeau é ícone da revitalização de antiga área industrial em Quebec, no Canadá

Por aU

Atelier Paul Laurendeau, Quebec, Canadá. 2016


Valentina Figuerola
Edição 281 - Agosto/2017

Desde 2000, a prefeitura de Trois-Rivières, em Quebec, no Canadá, passou a investir na requalificação de uma antiga área industrial nas margens dos rios São Lourenço e São Maurício. Considerado a obra-prima do plano, o anfiteatro ao ar livre projetado pelo arquiteto Paul Laurendeau, com sua monumental cobertura vermelha lapidada como uma pirâmide invertida, faz jus ao terreno com vista privilegiada, situado na confluência dos rios e próximo da ilha St. Quentin.
Com 7.200 m2 (80 m x 90 m), a cobertura paira sobre o solo sustentada por oito colunas metálicas de 26 m de altura. Sobrepostas a uma parede de concreto, letras de madeira pintada de preto com 6 m de altura formam o nome da cidade, que pode ser avistado a distância, inclusive à noite. Quando o sol se põe, o marco arquitetônico ganha um aspecto ainda mais majestoso por meio da iluminação, que realça o vermelho vibrante da cobertura. A luz que destaca a arquitetura também é refletida pelo rio, compondo um cenário ainda mais suntuoso.
Situadas na base das oito colunas metálicas, lâmpadas multivapores metálicos refletoras jogam a luz para cima, lavando as colunas até a cobertura, realçando formas e cores à noite. No total, são 12 lâmpadas, já que as quatro colunas principais também foram iluminadas pelo lado interno. A audiência, por sua vez, recebeu luminárias com lâmpadas halógenas presas às passarelas e inseridas em nichos, proporcionando zonas de iluminação dinâmicas e de intensidade variada.
O projeto de Laurendeau venceu um concurso lançado pela prefeitura de Trois-Rivières, em 2010. "Depois de ganhar o concurso, o maior desafio foi preservar o conceito arquitetônico, especialmente a escala, a forma e a altura da cobertura monumental, que é a marca registrada deste projeto", afirma o arquiteto. A construção foi finalizada em 2016, erguida em um terreno onde antes ficava uma fábrica de papel desativada.
Para preservar a forma da cobertura, foi reduzido de três para dois o número de passarelas técnicas suspensas. O bom desempenho acústico do conjunto, outro desafio do projeto, foi garantido pelos painéis de aço perfurado do forro, que evitam a reflexão do som e, consequentemente, a produção de eco direcionado para a audiência. "De acordo com as recomendações do consultor de acústica, para que o som seja adequadamente absorvido as perfurações dos painéis devem representar 51% da superfície", explica o arquiteto.
Outro elemento que melhora o desempenho acústico da cobertura são os painéis de lã de rocha de 51 mm, que ficam por trás dos painéis metálicos. Envoltos por um tecido de fibra de vidro preto, que oculta a cor esverdeada do material de isolamento, esses painéis acústicos também escondem a estrutura metálica da cobertura. "Se não houvesse esses painéis pretos acústicos por trás do forro metálico, a luz passaria e iluminaria a estrutura e terças metálicas da cobertura, expondo elementos que foram projetados para não serem vistos", acrescenta o autor do projeto de arquitetura.
A grande cobertura protege o palco e 3,5 mil assentos das intempéries. No gramado, a céu aberto, cerca de 5,2 mil pessoas também podem acompanhar os espetáculos que acontecem da primavera até o outono. No inverno rigoroso, uma gigantesca porta guilhotina fecha o palco como se fosse uma cortina e o espaço começa a ser usado para eventos para até 700 pessoas, como exposições, recepções, banquetes e reuniões públicas.
Acessado pela rua, o volume que abriga o foyer envidraçado de pé-direito duplo reflete o pôr do sol, acrescentando tons amarelados e alaranjados ao edifício cuja paleta de cores é restrita apenas ao vermelho e preto, além dos tons conferidos por materiais como o alumínio e concreto. Na torre cênica, o vermelho surge em três tonalidades com as "faixas" verticais de alumínio que se alternam com o preto, conferindo dinamismo à fachada. "Trata-se de uma linguagem arquitetônica contemporânea, monumental, geométrica e atemporal", explica Laurendeau.
ESTRUTURAL E FUNCIONAL
Multifacetado, em forma de pirâmide invertida, o forro escultural é formado por 4.502 painéis galvanizados vermelhos de aço perfurados, de 1,6 mm de espessura, que são atravessados pelo som, que, por sua vez, é absorvido pelos painéis de lã de rocha. Nos formatos triangular, trapezoidal ou retangular (813 mm x 1885 mm), os painéis metálicos são dobrados em 51 mm nas bordas para adquirir rigidez e favorecer o encaixe dos painéis de lã de rocha.
As vigas treliçadas da estrutura principal viabilizaram o vencimento de grandes vãos com o mínimo de apoio e a forma de pirâmide invertida, onde o centro tem 6 m de altura e as arestas, apenas 25 mm.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Combustível limpo feito com alumínio e água





Publicado por Inovação Tecnológica
Com informações da New Scientist -  18/08/2017

Economia do Hidrogênio: Combustível limpo feito com alumínio e água
Economia do Hidrogênio: Combustível limpo feito com alumínio e água
Embora seja considerado um combustível limpo e verde, fabricar hidrogênio não é uma tarefa fácil.
[Imagem: Waseda University]


Economia do Hidrogênio

A descoberta acidental de uma nova liga de alumínio que reage com a água de uma forma totalmente incomum pode ser o primeiro passo para reviver os sonhos da malfadada economia do hidrogênio.


A reação inesperada oferece uma fonte conveniente e portátil de hidrogênio para células de combustível e outras aplicações, potencialmente fornecendo uma alternativa às baterias e combustíveis líquidos sem precisar enfrentar os problemas até agora insolúveis de inserir o hidrogênio no sistema atual de armazenamento e distribuição de combustíveis.

Hidricidade: Usar hidrogênio para armazenar energia do Sol
Alumínio + água = hidrogênio

Anit Giri e seus colegas do Laboratório de Pesquisas de Aberdeen, nos EUA, estavam trabalhando em uma nova liga metálica de alta resistência quando derramaram água sobre o material durante os testes de rotina. Inesperadamente, a liga de alumínio começou a borbulhar intensamente. Bastou uma análise ligeira para revelar que o gás liberado era hidrogênio puro.

Isso normalmente não acontece com o alumínio. Geralmente, quando exposto à água, ele se oxida rapidamente, formando uma barreira protetora que interrompe qualquer reação adicional. Mas essa liga continuou reagindo de forma sustentável.

A equipe havia acabado de tropeçar em uma solução para um problema que perdura há décadas: como manter o hidrogênio armazenado até que ele seja necessário.

O hidrogênio tem sido considerado como um combustível limpo e verde, mas é difícil armazená-lo e transportá-lo porque suas moléculas são pequenas demais e percolam qualquer material usado para fazer um tanque. "O problema com o hidrogênio é sempre o transporte e a pressurização," resume Giri.
Economia do Hidrogênio: Combustível limpo feito com alumínio e água
Em uma célula a combustível o hidrogênio gera eletricidade e produz apenas água como resíduo. [Imagem: Mia Halleröd Palmgren]
Hidrogênio sob demanda

Se o alumínio puder simplesmente ser posto para reagir com água, isso significa hidrogênio sob demanda. Ao contrário do hidrogênio, o alumínio e a água são fáceis de transportar - e ambos são estáveis. Mas as tentativas anteriores de manter essa reação tinham mostrado exigências de altas temperaturas ou de catalisadores, e as reações eram lentas: a obtenção de hidrogênio levava horas e tinha uma eficiência em torno de 50%.

A nova liga, que está em processo de patenteamento, é feita de um pó denso de grãos de alumínio em escala micrométrica e um ou mais metais dispostos em uma nanoestrutura particular, não detalhada pela equipe. Basta adicionar água à mistura para produzir óxido ou hidróxido de alumínio e hidrogênio.

E o processo produz hidrogênio rapidamente e em grande quantidade. "O nosso [processo] faz isso com quase 100% de eficiência em menos de 3 minutos," disse Scott Grendahl, coordenador da equipe.

Além disso, o novo material oferece pelo menos uma ordem de magnitude mais energia do que as baterias de lítio do mesmo peso. E, ao contrário das baterias, ele pode permanecer estável e pronto para uso indefinidamente.

Outros pesquisadores avaliaram o experimento como muito promissor e uma eventual solução para que a economia do hidrogênio volte à agenda e deslanche, mas afirmam ser necessário que a equipe finalize seu processo de patenteamento para que a reação possa ser conhecida e testada em outros laboratórios e os dados anunciados até agora possam ser confirmados.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

ABEG lança prêmio para projetos de fundação e contenção

Premiação será bianual e foi criada em homenagem ao engenheiro Sigmundo Golombek

Gabrielle Vaz, do Portal PINIweb
18/Agosto/2017
A Associação Brasileira das Empresas de Projeto e Consultoria em Engenharia Geotécnica (ABEG) está com inscrições abertas para a primeira edição do Prêmio ABEG Sigmundo Golombek, que pretende reconhecer projetos de fundações e contenções concluídos entre 2015 e 2017. A iniciativa, que homenageia o engenheiro falecido na última sexta-feira (11), será realizada a cada dois anos.
Marcelo Scandaroli
Golombek foi o fundador da primeira empresa especializada em projetos e consultoria em engenharia geotécnica do Brasil. "O Prêmio é a forma encontrada pela Associação de homenagear este grande nome da nossa comunidade técnica", afirma Ilan D. Gotlieb, presidente da ABEG.
Poderão participar projetos de fundações e contenções de empresas associadas ou que tenham pelo menos um associado autônomo da ABEG, executados em solo brasileiro. Entre os critérios de julgamento, estão inovação, desafios contidos nos parâmetros da concepção do projeto, na superação das dificuldades de sua execução, nos materiais e métodos utilizados ou no controle de sua construção.
As inscrições vão até o dia 30 de setembro. Os interessados deverão fazer o download da ficha de inscrição clicando aqui e enviá-la para o e-mail premioabeg@gmail.com com o assunto Prêmio ABEG Sigmundo Golombek. O ideal é que sejam anexados detalhes do projeto em PDF, como sondagens, ensaios geotécnicos, mapa de cargas estruturais, análise do projeto e memorial descritivo. O resultado será divulgado no dia 2 de dezembro.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Núcleo vai incentivar o uso de madeira em projetos de arquitetura e engenharia no Brasil

Coordenado pelo arquiteto Marcelo Aflalo, grupo oferecerá cursos sobre a matéria-prima na construção, entre outras iniciativas

Gabrielle Vaz, do Portal PINIweb
15/Agosto/2017
Lançado na última quarta-feira (9) durante a Greenbuilding Brasil Conference, em São Paulo, o Núcleo de Referência em Tecnologia da Madeira vai incentivar o uso responsável do material em projetos de arquitetura e engenharia no Brasil. O grupo responsável por criar a instituição é formado por representantes do terceiro setor, bem como de empresas privadas e parceiros do poder público.
Marcelo Scandaroli
Entre as iniciativas do grupo está a realização de cursos sobre como usar a matéria-prima de forma consciente, sustentável, inteligente e contemporânea para arquitetos, engenheiros, designers e profissionais de incorporadoras. Com o tempo, também serão desenvolvidos projetos e produtos culturais.
Inicialmente, o núcleo funcionará em uma das salas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), no Butantã, na zona Oeste da cidade, mas já há um projeto para a sede da iniciativa. O prédio contará com área para exposição, xiloteca (que reúne amostras de madeira) e salas para oficinas e reuniões. “Este projeto da nova sede prevê a criação de um local totalmente autossustentável, com 80% dos seus elementos em madeira e geração própria de energia, dentro dos mais modernos conceitos de sustentabilidade”, comenta o arquiteto Marcelo Aflalo, coordenador-geral do Núcleo de Referência em Tecnologia da Madeira.

De acordo com Ricardo Russo, especialista de conservação do WWF-Brasil, o uso responsável da madeira na construção contribui com a gestão das florestas públicas brasileiras; auxilia na conservação da biodiversidade; e, por conta da estocagem de carbono que ocorre nas peças de madeira, ajuda a diminuir os efeitos e prejuízos das mudanças climáticas.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Gasolina sem petróleo: Primeiros 200 l feitos de CO2 e energia solar

POR INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Publicado em 14 de agosto de 2017

Sol + CO2 = gasolina, diesel ou querosene. [Imagem: VTT]

Combustível limpo

Um projeto tocado por engenheiros e pesquisadores da Alemanha e da Finlândia produziu os primeiros 200 litros de combustível sintético extraído do dióxido de carbono (CO2) atmosférico e usando energia solar.

O combustível limpo foi produzido em uma planta-piloto móvel, que pode ser usada de forma descentralizada para produzir gasolina, diesel ou querosene. Para facilitar sua mobilidade, a planta química supercompacta foi acondicionada em um contêiner.

"O sucesso da transição energética exige inovações geradas por pesquisas se estendendo dos fundamentos até as aplicações," disse o professor Thomas Hirth, do Instituto de Tecnologia Karlsruhe. "O sucesso do [projeto] Soletair reflete a importância das redes de pesquisa internacionais que lidam com os desafios globais e desenvolvem soluções aplicáveis."

Do CO2 à gasolina

A usina de combustível é formada por três componentes principais.

A unidade de "captura direta do ar" captura o dióxido de carbono do ar em volta. A seguir, uma unidade de eletrólise usa a energia solar para produzir hidrogênio. No terceiro componente, o dióxido de carbono e o hidrogênio são primeiro convertidos em gás de síntese reativo a alta temperatura e depois em combustíveis líquidos em um reator químico microestruturado.


Este é o reator microestruturado responsável pela última etapa do processo, convertendo gás de síntese em combustíveis líquidos. [Imagem: INERATEC/KIT]

A equipe afirma que esta é a primeira vez que o processo completo, da energia fotovoltaica e da captura de dióxido de carbono do ar, até a síntese de combustível líquido, mostrou sua viabilidade técnica.

A planta-piloto tem uma capacidade de produção de 80 litros de gasolina por dia. Na primeira campanha, agora concluída, foram produzidos cerca de 200 litros de combustível em várias fases, para estudar o processo de síntese ideal, as possibilidades de reaproveitar o calor produzido e as propriedades do produto final.

A planta compacta foi projetada para fabricação descentralizada, além de poder se encaixar em um contêiner para facilidade de transporte. Com isto, uma usina completa poderá ser ampliada de forma modular. A equipe já está constituindo uma empresa para comercializar esses módulos.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Produzido parcialmente com refugo de pneus de caminhão, o asfalto-borracha é alternativa sustentável para pavimentação de rodovias no Sul do país

Publicado por Indústria Hoje

Dirceu Neto

Edição 71 - Junho/2017
GUILHERME PUPO/ECOVIA
Desde 2008, a Ecovia, concessionária do grupo EcoRodovias, utiliza o asfalto-borracha (ou ecológico) na recuperação de pavimentos da BR-277, que liga Curitiba ao litoral do Paraná. O material apresenta diversas vantagens, como maior durabilidade e elasticidade. Além disso, há o fator positivo de ser ecológico, uma vez que para sua fabricação são utilizados pneus descartados de caminhões.
Segundo Alexandre Santos, gerente de engenharia da concessionária, apesar de o produto ter chegado ao Brasil em 2001, a empresa só passou a utilizá-lo sete anos depois, quando a tecnologia começou a se tornar mais viável tecnicamente e economicamente.
A escolha do material se deu por diversos motivos. O primeiro deles era o fator ecológico, que estava alinhado com a missão do grupo de empreender negócios sinérgicos e sustentáveis em infraestrutura logística. O asfalto-borracha é fabricado com 15% a 20% de pó de borracha moída de pneus de caminhões descartados, que não teriam reúso.
Para ter uma ideia do impacto que a escolha pode causar, somente no ano passado a Ecovia consumiu mais de 1,7 mil toneladas do asfalto-borracha, o que significa o uso de 238 toneladas de pó de pneu moído. Se considerado que cada pneu de caminhão produz cerca de 32 kg de pó moído, a aplicação do asfalto ecológico na rodovia BR-277 contribuiu para a reutilização de 7.500 pneus de caminhão em um ano.
GUILHERME PUPO/ECOVIA
Pó de borracha moída de pneus de caminhão descartados ganham reúso ecológico na pavimentação de rodovias. Somente em 2016, cerca de 7.500 pneus foram empregados na produção do material para a manutenção de trecho da BR-277, no estado do Paraná
Essa borracha de pneu em pó garante ao asfalto ecológico a principal das vantagens, quando comparado com o convencional: uma durabilidade 40% maior. "Com isso, a gente evita o trincamento precoce e o pavimento adquire uma vida útil maior", explica Santos, da Ecovia. Em outros termos, isso representa menos intervenções na BR-277 e menos impacto ao tráfego. "Ou seja, é menos obra travando a rodovia para o usuário", ressalta.
De acordo com o funcionário, o material também proporciona um pouco mais de aderência que o asfalto convencional. A empresa tem feito ensaios para quantificar essa característica. Se comprovada, pode significar a redução de acidentes, uma vez que o índice de aquaplanagem e, por sua vez, de derrapagens no asfalto-borracha seria menor.
A única ressalva é o preço, que ainda é um pouco maior do que o do asfalto convencional. No entanto, se antes a tecnologia chegava a ser 30% mais cara, hoje em dia essa diferença tem caído com o desenvolvimento da indústria. Em algumas praças, como o estado do Paraná, o valor cobrado pelo asfalto ecológico é quase o mesmo do convencional, segundo informa Santos. Decidir se a resistência compensa o custo maior de implantação do asfalto-borracha vai depender da análise do projeto técnico.
O maior desafio que a concessionária enfrentou desde que optou pela tecnologia foi a adaptação ao novo sistema. "No início, era um material diferente, então houve bastante dificuldade. A Ecovia precisou de um período de experiência, para evitar alguns insucessos", explica o engenheiro Santos, que garante que hoje a tecnologia já está totalmente assimilada pela empresa.
Alguns detalhes na fase de aplicação, por exemplo, foram corrigidos de acordo com o tempo. Como o asfalto-borracha não aceita muitas variações de temperatura, a atenção a esse detalhe passou a ser dobrada. "Ele tem que ser aplicado a uma temperatura que já vem determinada, e se não for aplicado a essa temperatura, não consegue rodar", afirma Santos.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Edifício brasileiro com sistema coluna-folha vence prêmio internacional

Publicado por téchne

Divulgação
O edifício corporativo Infinity Trinity Tower, vencedor da premiação italiana A'' Design Award

Os engenheiros da construtora brasileira MVituzzo venceram o Prêmio A''Design Award & Competition, na Itália, pelo uso do sistema híbrido na fachada do edifício corporativo Infinity Trinity Tower, que fica em São José dos Campos (SP). O sistema usado pelos engenheiros é a reunião de duas tecnologias: unitizada e stick. "Lançamos mão da pele de vidro contínua com uma cinta ininterrupta circundando todo o edifício, variando com uma cinta de alvenaria, típica de um prédio corporativo. Porém, por dentro do prédio, a interrupção deveria acontecer pela necessidade de o pavimento ser dividido em salas pequenas, médias e grandes", conta Marco Aurelio Vituzzo, diretor da construtora.
O Infinity Trinity Tower possui 12 salas por andar, que podem chegar a se tornar um único salão com mais de 400 m², não afetando em nada a fachada externa.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

MAD Architects cria edifício futurístico para fabricante do carro elétrico mais rápido do mundo

Torre escultural permite que o cliente acompanhe o automóvel ser transportado, pelos trilhos, do armazém à sala de exposições

Gabrielle Vaz, do Portal PINIweb
20/Julho/2017

O escritório MAD Architects divulgou nesta semana o projeto desenvolvido para a nova sede da Faraday Future (FF), próxima ao rio Napa, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos. Localizado em uma antiga base da Marinha, o complexo irá não só apoiar a pesquisa, como também o desenvolvimento e a fabricação do recentemente anunciado o carro elétrico mais rápido do mundo.
O campus, com área total de aproximadamente 130 mil m² e 20 mil m² de área construída, se baseia na ideia ficcional e misteriosa da FF. No projeto há duas estruturas metálicas baixas embutidas no cenário sem árvores ou arbustos do local, proporcionando objetos surreais e ficcionais, assimilando a tecnologia extraterrestre.
Como grande destaque está a torre escultural, que segue o mesmo design dos carros futurísticos da FF e permite que o cliente acompanhe o carro ser transportado do armazém à sala de exposições, no alto da torre, pelos trilhos. Ambos os espaços serão abertos ao público.
Um dos objetivos dos arquitetos do MAD foi criar um ambiente de trabalho flexível, que permita o crescimento dos funcionários e o avanço da tecnologia da empresa em um único espaço. A instalação possui perfurações que permite a formação de uma série de pátios internos, proporcionando luz natural aos espaços sociais, além de espaço ao ar livre para os funcionários.
Seguindo a ideologia da FF de "emissão zero e baixa energia", há painéis solares modulados nos telhados e na torre de experiência e sistemas de fachada com vidro operáveis, visando a redução de gastos com energia. Além da iluminação natural, os vidros permitem aos espaços dos escritórios visão completa sobre os visitantes e demais áreas externas.